Por: Nelson Borges
No passado dia 1 de Outubro, o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura regressou às corridas, desta feita na Póvoa de S. Miguel. Em praça estiveram os cavaleiros Luís Rouxinol, António Maria Brito Paes e o amador Rouxinol Jr. Para pegar os toiros da ganadaria Dias Coutinho e o novilho de Ascensão Vaz saíram à praça o R.G.F.A.Moura e o G.F.A. da Póvoa de S. Miguel.
O nosso cabo sugeriu que eu escrevesse esta crónica, por esta tarde ter sido especial para mim, uma vez que foi a tarde que escolhi para me retirar do activo. Para a cara do primeiro da ordem fui eu o escolhido, e sem querer entrar em muitos pormenores, penso que cumpri o que me foi pedido pelo Pedro, e embora algo nervoso, senti-me a gosto. Sinceramente faltam-me as palavras para descrever o que é estar de novo a bater palmas a um toiro. Agradeço a oportunidade e a confiança que o nosso cabo depositou em mim neste dia. Retirei-me neste dia com a mesma humildade e sinceridade que me acompanharam ao longo destas 13 temporadas. O brinde que vos fiz foi sentido e ficarei para sempre grato ao R.G.F.A. de Moura pelos valores que me transmitiu, pelas vivências partilhadas, pelas amizades feitas que certamente se prolongarão pela vida fora, e especialmente pelo apoio nos momentos mais difíceis. Continuo convosco, embora agora nas bancadas, mas sempre com o mesmo intuito, dar o apoio necessário a esta grande instituição que é o nosso Grupo, o qual tenho o orgulho de pertencer. Para vós, os que ficam, continuem a honrar com bravura e orgulho a jaqueta do Real Grupo de Forcados Amadores de Moura. Somos um grupo especial, criámos laços uns com os outros que se forjam nas arenas. Dividimos trincheiras em tardes e noites, apoiámo-nos uns aos outros nas dificuldades, vivemos o triunfo e o fracasso juntos, por vezes com lesões muito graves, sem no entanto virar a cara à luta, é por tudo isto que tenho muita honra e um orgulho imenso de me ter fardado com cada um de vós!
Para pegar o terceiro da tarde saltou a trincheira Gonçalo Caeiro, a quem calhou a “fava” da corrida. Era tardio na arrancada, cedo se refugiou em tábuas, e quando saía para o forcado fazia-o com violência e com a cara por alto, não permitindo que o Gonçalo reunisse da melhor maneira. Pegou ao 4º intento já com ajudas carregadas, sem nunca virar a cara à briga. O Gonçalo é um forcado que se vem revelando, nem sempre as coisas saem como queremos, no Sábado, foi nitidamente uma dessas tardes, melhores tardes virão, há que não desanimar.
Para encerrar a nossa prestação saltou à praça o Fábio Santos, que embora tendo alguns anos de Grupo e sendo um valoroso ajuda, fez questão de fazer o seu debute a pegar de caras. Brindou ao Presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de São Miguel, pôs o barrete e citou o seu oponente, carregou a sorte mas o toiro não se arrancou. Mudados os terrenos, citou novamente, voltou a carregar a sorte, desta feita com o oponente a arrancar-se, com o forcado a aguentar bem o toiro e a conseguir uma boa pega ao primeiro intento, bem fechado à córnea, com o restante grupo a ajudar com coesão.
Depois da corrida regressámos ao local do fardamento, na casa do Lino Almeida, onde nos esperava um pequeno lanche para retemperar forças, um agradecimento especial pela maneira como sempre somos recebidos. O jantar decorreu em bom ambiente, e após o mesmo rumámos ao recinto das festas onde nos divertimos pela noite dentro, no meu caso e como se impunha foi uma noite à “intiga”.
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